Eu tenho medo

Eu ainda não entendo o que nos une tanto assim. É algo extremamente forte, que nada consegue destruir, sim, eu disse nada mesmo. Não sei como esse amor pode ser tão grande, como essa paixão não se acaba, por tantos altos e baixos que já tivemos. Mas sei que existe uma força muito maior, maior que tudo o que possa nos fazer ferir, uma força desconhecida, que chega e nos une, que nos faz nos apaixonarmos a cada dia mais. Que acende essa paixão todas as vezes que abrimos e fechamos os olhos. Te confesso que isso pra mim tem sido a melhor coisa que poderia acontecer. Que é o sentimento mais puro e verdadeiro que uma pessoa pode sentir pela outra. Esse sentimento é o que eu sinto por você. Algo que eu nunca havia sentido antes. E tenho certeza que não vou sentir de novo por outra pessoa. Pois sei que será somente com você, pro resto da minha vida. Eu tenho tanto medo que um dia você solte a minha mão, quanto uma criança tem medo de monstros: Num momento eu sei que não faz o menor sentido, mas no outro eu estou escondida por debaixo das cobertas com medo de sair e não te encontrar mais.

Fly

Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim?