domingo, 20 de março de 2011

Ponta dos pés.


Sobre a ponta dos meus pés. Pude chegar perto dos teus ouvidos e dizer baixinho, somente com a profundidade da minha respiração, algumas palavras que desde anos permaneceram escondidas em minhas entranhas. Respirando fundo, o teu ar, o cheiro do teu cabelo, era tão viciante que me esqueci que já era tarde. Nem sei dizer como fui parar ali. De olhos fechados, penetrada em tua voz,  em meus ouvidos. Deitados, nós três, eu fitando teus olhos, certas vezes, perdia o raciocínio. Delirante eram os movimentos das tuas mãos. O vejo sentado frente a mim, com a nossa filha no colo. O vento soprava do outro lado da janela. Nenhuma palavra sobre o nosso passado. ‘Como em um sonho, me transportei para aquele minúsculo ‘quadrado’ quente. Me lembro dos teus olhos, o silêncio que se fez presente em meus ouvidos. Em fração de segundos, me permiti voar… 2000e…’. Entreguei à você alguns segredos, coisas que pouca gente sabe. Confidências. Sentimentos adormecidos. E a vontade de ganhar uma nova chance. Te permitas lembrar. Não te esqueça que estive, estou, estarei esperando por você. E toda vez que fecho os olhos, me vejo sobre ponta de pés.

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